31/10/01
Hoje os mortos-livres vivem
Fora de suas covas-rasas, calcinadas
cantam e dançam, pulam e riem
o dia dos mortos avança, é tarde, o anjo dorme...
Os vivos-mortos de sono famélico
capengam sobre cruzes-casas
onde habitam-dormem, antepassados
que sofreram bons-bocados
sendo dos vermes antepastos
Nada de bom restou do ontem
ossos brancos-alvos, dentes podres-pobres
riso-rico, cacos-dourados
vasos-vasculares, órbitas perdidas
rótulas-rotas, mentecárpios quebrados
fêmures cancerados, pés inchados
vermes-gordos, reis-frustrados...
Nenhum comentário:
Postar um comentário