9 de ago. de 2010

PIGMALIÃO

30/11/01

Quem me dera ser exímio escultor
e criar do barro no qual piso
um ser deveras divino a que eu possa
amar, acariciando-lhe o corpo
e sem receio nenhum nele mergulhar.

Não sou como Pigmalião, um hábil artesão
o que faço são traduzir vozes em letras
Apesar de não ser essa arte absoleta
definho neste mundo na solidão

Que vale para mim escrever Galatéia
já que as palavras criam vida só através do som
de que adianta rimar ou prosar
se tudo escoa no vácuo que é meu mundo.

Embora eu seja mortal e pretensioso
deixo aqui meu pedido de socorro a Vênus ou Cupido
concedam para mim um único desejo
o de ser amado, ou amar algo ao menos.

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