30 de nov. de 2010

Cospe-me oh! boca virulenta,
contamina-me com sua mais vil maledicência,
e arrasta meu nome na lama que te acompanha,
assassino meu caráter com suas torpes palavras,
e atira-me ao fundo de um calabouço,
estraçalho meu ego como se fosse a um corpo
acusa-me, ofenda-me e castiga-me...

Cospe-me oh! boca maldita
derrama sobre mim toda sua ira
amaldiçoa aquele que outrora a dominava,
e fustiga a este que agora escravizas
Cospe-me oh! boca insana
com suas ácidas palavras, difama-me
corroa minha memória, apagas minhas lembranças
atira-me ao esquecimento e faça-me ressurgir como um louco;
arrasta-me infeliz para a morte deste corpo
e contemplas suas proezas ávidas por mais.

mastiga-me oh! boca infernal
engole-me a seco como se fosse um mísero farnel
sinta-me amargo, ocre como o féu
expele-me oh! boca insatisfeita
expele-me...

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