20 de set. de 2010

21/01/02 ELEGIAS DA ESCURIDÂO - VII PARTE - A QUEDA DE UM CAVALEIRO ANDANTE

Serão minhas palavras ríspidas, afiadas como
navalha. Não darei trégua aos mortos, e
muito menos aos vivos. Beberei à morte
de cada inimigo, demoníaco ou divino, e
cuspirei ácido em forma de versos sobre
seus corpos etéreos semi-ofuscados com o meu
brilho. Dançarei com prazer ao vê-los
caírem sobre e sob esta terra corruptível,
assim como eles o fizeram quando caí.
Vejam agora, anjos, arcanjos e demônios,
vejam como libertei-me de suas parcas
influências, não mais rastejo sob a maledicência
incorporando o verme que sempre incorporei!
Bebo à sua saúde e morte, meus velhos amigos,
e até mesmo a Morte, esta caçadora incansável,
repousará o seu pesado braço, e novamente brindará comigo.
Agora serei eu e ela perseguindo, serei eu
que a buscarei, pois sempre a considerei o ser mais amável e
divino que já houve em toda a criação!
É ela a única que nos é sincera, que sorri
quando nossas cabeças dilacera e chora
por não ser nossa hora de partir!
Digam-me, não é esse ser realmente o único anjo
que o merece ser?

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