2 de set. de 2010

21/01/02 ELEGIAS DA ESCURIDÂO - III PARTE - A QUEDA DE UM CAVALEIRO ANDANTE

Reuní toda a coragem que possuía,
mas a covardia era maior em centenas de vezes
tremi como que atacado pela peste
e o suor escorria pelo meu rosto misturando-se
com as lágrimas salgadas e vazias
que retratavam fielmente minh'alma!
Vazio també, estava meu coração
vazio de sentimentos nobres, pois que de
medo e vergonha, transbordava o mísero.
Ah! Como seria bom acordar agora e descobrir
ser tudo isso um sonho, um pesadelo!
Mas sei que sonho, é sonhar que agora sonho
estar num sonho, e que acordar é-me impossível,
já que há muito não durmo, há muito não descanso,
e o mais próximo dum sonho que já estive
foi quando a Morte ofereceu-me um brinde
sorriu e partiu só!

Onde andam os anjos com suas espadas divinas?
Por que voam tão longe de mim?
Por que impedem-me de ouvir o bater de suas asas,
sentir o roçar de suas penas na minh'alma?
Não cantam mais os anjos no céu?
E se cantam, por que privam-me de ouví-los?
Fui tão mal assim a ponto de ser esquecido,
não posso será, nem sequer ter um abrigo?
Mereço a lama onde estou?

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