30 de nov. de 2010

29/04/2003 - PEDIDOS DESESPERADOS

Correis, correis aves de rapina...
correis... pois asas já não as têm
e o vôo de fuga, fostes de vós rapinadas,
restam apenas suas pernas fragilizadas,
então correis, correis, pois de predador
presa tornastes, de matador nada vos restastes...

Chorais, chorais, órfãos das noites
Chorais... pois consolo já não os satisfaz
e os beijos amigos, fostes para vós cuspe fétido
restos e dejetos de uma vida abjeta
então chorais e espantai vossos fantasmas
pois nada mais vos feres, nem a cruz ou espada...

Dê-me, dê-me, sua alma conturbada,
Dê-me... pois a minha há muito está silenciada,
presa num quarto escuro, sem paredes, janelas ou porta

Sem encantos, formas, nem chão
a prisão a mim destinada, o cárcere
negro do meu coração...

Correis... correis...
Chorai... chorai...

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