30 de ago. de 2010

21/01/02 ELEGIAS DA ESCURIDÂO - I PARTE - A QUEDA DE UM CAVALEIRO ANDANTE

Quando no passado depositou na minha frágil mente,
milhares de sonhos decadentes
esquecestes de alertar-me, do perigo costante
que para mim seria o desabrochar de cada
sonho, e o surgir de cada desejo
Insulflou cada um dos meus eus perdidos
contra este ser precariamente protegido
e nem ao menos armas para lutar me destes,
Foi necessário para mim criar montes e montes
de saídas, muitas das quais covardes demais
para um pseudo-cavaleiro andante, que lutava
sem armaduras ou um cavalo possante
e quedava-se cabisbaixo perante seu adversário
clamando aos céus por um raio fulminante,
para que lhe poupasse aquele instante
tirando-lhe a vida imediatamente...

Mas nem os céus, nem os anjos,
nem ao menos no inferno os demônios
lançaram para mim um sorriso, um aceno,
deixaram-me caído, quase que morto
naquele miserável terreno, tentei fugir
e com minhas mãos cansadas de lutar
comecei a cavar minha rasa cova
onde imaginaria poder repousar para sempre;
mas nem isso foi-me permitido
caí prisioneiro nas mãos do inimigo
e escravo tornei-me dos teus e meus vícios.

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