9 de ago. de 2010

ARCHONTE (Dignidade)

10/10/01

Archonte (Dignidade)

Existem  horas num dia, que equivalem à morte,
horas em que nos escurece as vistas,
falta-nos o ar que respiramos
e como se abandonasse o corpo, a alma sacode-se!

Acostuma-te homem miserável,
a ela que te espera, nesta terra árida que palmilhas
pois ser eterno a ti não combina
e ser intocável a ti não o permitas Deus!

Cede cada palmo com muito custo
e de todas que cedestes, nada te custa mais que a vida
chora, implora, esconde-se e nada consegue.

Morres de morte bem morrida,
sofres de dores, visagem e frio
soluça e comtempla, como criança bicuda
que das mãos o doce tiraram,
sem explicar-lhe o motivo.
O rosto triste da vida que se extingue,
e o sorriso vencedor da morte que o ceifa...

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